Um grupo de trabalhadores rurais, totalizando 19 homens, foram resgatados nesta segunda-feira, 27, da fazenda Vitória, no município de Ribeirão do Largo, no sudoeste da Bahia, onde eram mantidos em condição semelhante à de escravos. As informações foram divulgadas nesta terça-feira, 28, pela Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Nesta terça, os lavradores foram atendidos na sede do Fórum da cidade de Itambém para regularização de documentos e para receber as guias para receber o seguro-desemprego.
A operação foi realizada pela Comissão Estadual para a Erradicação do Trabalho Escravo da Bahia, com a participação de equipes do Ministério Público do Trabalho (MPT), Secretaria de Inspeção do Trabalho do Ministério do Trabalho do Brasil (MTB), Secretaria da Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social do Estado (SJCDH) e PRF .
Dos 19 trabalhadores, apenas um tinha a carteira de trabalho assinada. Eles dormiam em casas sem energia, água encanada, banheiros e sem acesso a água potável. O grupo também trabalhava sem equipamentos de proteção, como luvas e máscaras para aplicação de produtos agrícolas. As camas eram improvisadas e feitas pelos próprios agricultores, que levavam de casa colchões e roupas de cama.
“O que vimos nessa fazenda é um amplo conjunto de irregularidades que, somadas, configuram claramente a submissão desses trabalhadores à condição de escravos contemporâneos. Por isso, retiramos eles da propriedade e iniciamos imediatamente os procedimentos para a garantia de apoio financeiro e social enquanto tentamos junto ao proprietário obter o pagamento das rescisões de contrato de trabalho e a indenização tanto de cada trabalhador, quanto da sociedade, por danos morais”, explicou o procurador do MPT Ilan Fonseca, por meio de nota.
Alimentação e o local para as refeições também não eram garantidos | Foto: Divulgação PRF
Segundo informações da PRF, o valor total das rescisões é superior a R$ 40 mil, mas o MPT ainda vai cobrar o pagamento de danos morais coletivos e cada trabalhador poderá recorrer para receber por danos morais.
Gilvandro Froes Marques Lobo e o filho Rodrigo Filadelfo Lobo foram identificados como responsáveis pela irregularidade.
PRF ficou responsável pela segurança da equipe durante a operação | Foto: Divulgação PRF
Fonte: A Tarde