O Estado da Bahia foi obrigado pela Justiça a transferir, de forma imediata, em uma ambulância, um jovem de 16 anos, autista, que estava há oito dias sem se alimentar devido a feridas na língua, na boca e que se espalharam por todo o corpo. Os pais do jovem, Elisangela Belmont e Gildo Nascimento Bonfim, tiveram que buscar a Defensoria Pública para garantir a transferência do filho de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) para um hospital que tenha infectologista em seu quadro. Os pais relataram que o atendimento já havia sido negado nos Hospitais Couto Maia e Roberto Santos, pois precisa de encaminhamento pela Central de Regulação. A Defensoria ingressou com um ação de obrigação de fazer. O jovem, inicialmente, foi levado para UPA Roberto Santos, onde foi informado que teria que ir ao Hospital Roberto Santos. Não obteve sucesso devido a informações e relatórios equivocados. Depois foi para a UPA San Martin, onde uma médica solicitou exames de sangue com objetivo de facilitar transferência para um hospital com infectologista. Nenhum dos exames aponta qual a doença que está provocando as ulceras na pele do rapaz. No primeiro relatório a médica não especificou a urgência e os riscos a que o adolescente passava. Até os remédios que toma por prescrição psiquiátrica foram suspensos. Antes de ajuizar a ação, tentou se resolver a situação de forma extrajudicial, com diálogo com a Central de Regulação, mas a instituição não obteve sucesso.