O presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski, concedeu no último domingo (24), véspera de Natal, “indulto humanitário” ao ex-mandatário do país Alberto Fujimori (1990-2000), que cumpria pena de 25 anos de prisão por violações dos direitos humanos, corrupção e apoio a esquadrões da morte.
Em um comunicado, Kuczynski disse que foi motivado por razões “humanitárias”, após médicos terem diagnosticado que Fujimori, 79 anos, sofre de problemas “incuráveis e degenerativos”. A decisão chega poucos dias depois de o presidente, acusado de receber propina da Odebrecht, ter se livrado, por apenas oito votos, de um pedido de impeachment no Congresso.
Um dos que se abstiveram da votação, contribuindo para a manutenção de Kuczynski no poder, foi o deputado Kenji Fujimori, filho do ex-mandatário. Fujimori, que governou o Peru entre 1990 e 2000, ainda é uma figura polarizadora no país.
Alguns o louvam por ter derrotado a guerrilha maoista Sendero Luminoso, enquanto outros o desprezam por ter violado direitos humanos. Sua filha, Keiko Fujimori, que quase venceu as últimas eleições presidenciais e cujo partido domina o Congresso, celebrou o indulto como um “grande dia para o fujimorismo”.
“Finalmente meu pai está livre. Será um Natal de esperança e alegria”, disse. No último sábado (23), Fujimori havia sido internado com taquicardia em uma clínica privada em Lima, após ter se sentido mal na prisão.
O ex-presidente pedira “perdão humanitário” há mais de um ano, citando a “deterioração” de sua saúde. Em sua conta no Twitter, ele disse que sofre de arritmia, condição que causou diversas internações em 2017.