O Papa Francisco denunciou a violência “desumana” na Síria e destacou, neste domingo, que o país “está sendo martirizado” pelos ataques contínuos contra civis, em Ghouta Oriental, que deixaram mais de 500 mortos em uma semana. O Pontífice pediu o imediato fim dos bombardeios e o acesso da ajuda humanitária para atender a população cercada pelo regime de Bashar al-Assad.
Apesar da aprovação de uma resolução de cessar-fogo nesse sábado,a região voltou a ser bombardeada neste domingo por forças do governo e aliados.
“O mês de fevereiro foi um dos mais violentos em sete anos de conflito: centenas, milhares de vítimas civis, mulheres e idosos, hospitais atingidos, pessoas sem comida. Tudo isso é desumano. Você não pode combater o mal com o mal”, frisou Francisco, diante das milhares de pessoas na Praça de São Pedro, no Vaticano, que acompanhavam a sua benção semanal.
O apelo do Papa chega horas depois de as Nações Unidas aprovarem uma resolução que demanda um cessar-fogo de 30 dias pela Síria para permitir a entrada da ajuda humanitária e o atendimento de feridos na região. Segundo o mais recente balanço do Observatório Sírio de Direito Humanos, os últimos dias de bombardeios e disparos de artilharia em Ghouta Oriental deixaram 519 civis mortos. Entre eles, 127 crianças e 75 mulheres. O número de feridos subiu para 2514 civis.