Na manhã desta segunda-feira (23), moradores do município de Candeias, na Região Metropolitana de Salvador (RMS), protestaram contra a ação de policiais militares no último sábado (21), que resultou na morte de um artista plástico. Arnaldo Filho, conhecido popularmente como ‘Nadinho’, de 61 anos, foi morto a tiros dentro da própria casa, no bairro Santo Antônio.
A manifestação aconteceu em frente a 20ª Delegacia Territorial da cidade. Eles solicitaram do titular da 20ª DT/Candeias, Marcos Laranjeiras, a abertura de um inquérito paralelo para investigar a morte do artista”.Meu pai passou a vida inteira mostrando isso e na hora da morte a gente precisa provar. Ele sempre foi correto”, afirmou Márcia Cristina Santos, 27 anos.
O grupo seguiu em caminhada pela BA-522, até a sede do batalhão da 10ª Companhia Independente da Polícia Militar, (10ª CIPM),aos grito.”Mataram um inocente que não tinha envolvimento com o crime. A gente quer justiça”, disse um dos moradores em planos.
Parentes de Arnaldo já foram ouvidos na manhã desta terça-feira (23), e outras testemunhas deverão ser convocadas nos próximos dias. “Vamos ouvir os familiares da vítima, as testemunhas, a título de paralelo, testemunhas presenciais que viram o fato. Vamos colidir essas provas iniciais, aguardando uma determinação do superior e entrar oficialmente no caso”, afirmou o delegado Marcos Laranjeiras.
Após o encontro com o delegado,familiares da vítima participaram de uma reunião com o comandante da 10ª Companhia Independente da Polícia Militar, major Paulo Cesar Nunes, que informou o afastamento dos policiais envolvidos na ação, até a conclusão do inquérito da polícia militar seja concluído.
Testemunhas disseram ao Comandante,Paulo Cesar Nunes, que a vítima pintava um quadro quando teve a casa invadida pelos policiais. “Eles ficaram parados na parte de cima da rua, pensando o que fazer. Já tinha feito a besteira de não terem ouvido dos vizinhos que ele era de bem. Mas mesmo assim eles atiraram covardemente, a arma que ele tinha nas mãos no momento era o pincel, ele estava terminando um quadro”, contou um dos vizinhos que preferiu não se identificar.“Esses policiais chegaram armados, com arma de grosso calibre e perguntaram onde era a casa 11, não perguntaram em momento nenhum quem morava. Debaixo do coro de vizinhos pedindo para eles não fazerem nada, pois sabiam que nessa casa morava um artista plástico, alias, o único da cidade, eles não pensaram duas vezes, quando o Arnaldo abriu a porta, eles alvejaram duas vezes, tirando o corpo do mesmo de dentro de casa”, contou a testemunha.