Num bate papo descontraído e muito franco em seu gabinete, a presidente da Câmara de Vereadores de Madre de Deus, na região metropolitana de Salvador, Mirlene Dourado (SD), recebeu a equipe do MNoticia e revelou algumas curiosidades sobre seu mandato.
A parlamentar falou sobre a forma que conduziu os trabalhos na Câmara e também falou sobre os rótulos que colocaram sobre ela, principalmente, no início do mandato.
Mirlene não fugiu das perguntas, pelo contrário, foi firme nas respostas e deu sua opinião sobre os assuntos discutidos na entrevista.
No bate papo falou sobre a data de inauguração da Câmara, dos projetos futuros e também sobre a música, uma antiga paixão.
MNoticias: Presidente pela segunda vez consecutiva, a senhora é a vereadora mais votada na cidade, sendo nessa última eleição batendo o recorde histórico do município com 979 votos. Como a senhora atribui tamanha votação?
Mirlene Dourado: Uilson Victor queria primeiro agradece ao povo pala votação que tive, não só agora como no primeiro mandato. Fizemos história na cidade e você sabe que é muito difícil, ainda mais sendo mulher.”. Agora respondendo sua pergunta, eu atribuo essa votação ao trabalho. Todo nosso mandato foi pensando no povo e no bem estar estrutural da Câmara e povo percebeu que eu não vir para a Câmara brincar ou passar um tempo, eu vir para trabalhar em prol da população e vou continuar nessa pegada até o último dia do meu mandato.
MN: Mas, ao menos no primeiro mandato atribuíram a votação da senhora ao seu irmão, o prefeito Dailton Filho. Como foi lhe dar com esse rótulo de ter voto só porque é irmã do prefeito?
MD: sim, era uma das coisas que mais me incomodava no início do meu mandato de se rotulada por alguns vereadores naquele momento, de se referi ao Governo como se eu fosse uma garota de recado. Eu me perguntava: poxa eu fui eleita como eles foram, por que não se referi ao nome Mirlene Dourado? Falar da parlamentar, chamar pelo nome. Eu fui tirando esse rótulo da cabeça das pessoas aos poucos, pois eu não estava ali como a irmã do prefeito, mas estava como mulher eleita pelo povo. Fui contornando essa situação que era muito ruim, mas aí toquei meu mandato com muita maturidade e respeito pelo meu povo.
MN: Mas afinal ser irmã de prefeito é bom ou não ?
MD: Sim, é ótimo. Mas é um conjunto: você tem que ter carisma, humildade, postura tem que querer. Tivemos exemplo dentro da nossa cidade de ex- prefeitas que tentaram colocar os filhos e não conseguiram ao êxito, mas eu e Dailton fomos eleitos e graças a Deus fizemos essa harmonia e tudo deu certo.
MN: Mesmo sendo irmã do prefeito, a senhora evitou de entrar em polêmicas e também utilizou muito pouco o nome do seu irmão ao longo do mandado. Também foi uma forma de dizer: Eu sou eu e Dailton é Dailton ?
MD: Sim, até porque o Executivo tem o trabalho dele a ser tocado e nós temos o nosso aqui no legislativo. Dailton teve a maior base tanto no primeiro quanto agora no segundo mandato e nós procuramos ter uma relação bacana com o secretário de Governo (Sérgio Ganderela), que faz a intermediação entre o executivo e o legislativo. Foi uma Câmara que abraçou o executivo e mesmo tendo vereadores de oposição, se o projeto fosse em benefício para o povo eles aprovavam, ou seja: eu não tive dificuldade nenhuma enquanto presidente em criar essa relação de vereador de situação e aposição com o prefeito. Quando você pergunta sobre não ter meu nome em polêmica ou fragilizado é simples: eu sempre toquei meu mandato com muita responsabilidade. Eu sei até onde eu posso ir, eu sei o que posso falar. A gente tem que ter cuidado com o que sai da nossa boca e foi o que fiz: a gente se preparou, busquei saber qual meu papel de vereadora, quais eram minhas atribuições e o que eu tinha que saber e trilhei esse caminho.
MN: Mas essa questão de ser irmã do prefeito também tem o ônus e o bônus não é. Exemplo: teve um período que Dailton enfrentou alguma dificuldades administrativas e o fato da senhora está mais acessível recebia também muitas cobranças, correto?
MD: Sim. Dailton Filho foi o único prefeito que pegou um governo atípico, uma prefeitura fragilizada e falida, sem falar do período de pandemia. Pensamos que não iríamos conseguir fazer tudo que planejamos, mas Deus é tão maravilhoso, que Dailton resolve as coisas de cabeça fria e na hora certa Dailton deu uma reviravolta grande nessa cidade e aqueles que falaram muito se calaram. Quando Dailton esteve fragilizado a Câmara estava forte para que ele pudesse continuar trabalhando e depois que as coisas começaram a acontecer a própria Câmara entendeu que não tinha mais o que falar do prefeito.
MN: E essa reforma ousada na Câmara de Vereadores. O que vem por aí ?
MD: Vem muita coisa boa por aí: uma câmara com ampla com acessibilidade que é muito importante. Era um sonho deixar esse legado, até disseram que eu não tocaria o obra da Câmara por esse valor, eu disse: precisamos ter ousadia e vamos entregar. A gente viu o prefeito arrumar a cidade toda e faltava a câmara e não poderia ser diferente. Tô feliz com essa obra, mas costumo dizer que o mérito não é só de Mirlene, dos vereadores, da minha equipe e todos os servidores da Casa.
MN: Falta muito entregar essa reforma?
MD: Que nada. Acredito que a posse dos vereadores seja na Câmara. Tentei fazer uma obra como muito amor e respeito, para que a população possa se sentir da melhor forma possível. É a Casa do Povo então temos o dever de fazer o melhor para o povo.
MN: Nossa equipe ouviu alguns vereadores de primeiro mandato e outros que renovaram e todos disseram que não tem problema em votar na senhora novamente para presidente. É candidata para os próximos biênios?
MD: Sim. Fico feliz por essa fala dos vereadores, pois de fato buscamos fazer um trabalho diferenciado na Casa. Eu ficava preocupada com as condições de trabalho dos vereadores, pois buscamos algumas coisas como o carro à disposição do vereador e outras questões internas que conseguimos resolver. E sempre falo para meus colegas: se eu puder fazer para melhorar condições de trabalho de cada um farei sim. Por enquanto, sou a única candidata, vamos esperar se vem outras candidaturas.
MN: Encara novos desafios? Tipo: deputada estadual ou volta para a antiga paixão, a música?
MD: Todos sabem que amo cantar, mas acredito que essa fase passou. Hoje o coração bate mais forte pela política, pela vontade de ajudar o povo. Isso que hoje mais me move. Quanto o desafio de enfrentar uma eleição para deputada: claro que sim. Se o povo pegar em minha mão e dizer vamos, eu vou.